Coronavírus nos EUA: Remuneração a trabalhadores de baixa renda: Como ficará?

Uma questão amplamente debatida durante esta semana no ambiente empresarial dos Estados Unidos referente à presente crise pandêmica do COVID-19, faz referência aos salários de trabalhadores de baixa renda. A maioria dos empregos americanos abaixo de nível de diretoria, mesmo com contratação “W-2” (análoga à contratação CLT no Brasil, ou seja, funcionários diretos da empresa) recebe seu salário semanalmente ou quinzenalmente, de acordo com as horas trabalhadas
 
Nesta semana, com o crescimento acelerado dos casos confirmados no país e no mundo, algumas empresas solicitaram a seus empregados que não se dirijam ao local de trabalho até o final do mês de março, mas trabalhem remotamente de suas casas na modalidade “home-office”.
 
A situação é mais séria no Estado de Washington, onde em Seattle foram descobertos os primeiros casos. Neste momento (dia 06 de março), o Estado já contabiliza mais de 70 infectados e DEZ mortes.
 
No dia 2 de março, a empresa Amazon anunciou oficialmente que um de seus funcionários de Seattle foi colocado em quarentena e solicitou a todos seus outros colaboradores de Seattle e região de Bellevue, que não se dirijam aos escritórios e trabalhem de forma remota.
 
Google solicitou a todos seus empregados do Estado de Washington que tenham condições de trabalhar de casa, que o façam até 31 de março – e fechou seus escritórios a visitantes e fornecedores.
 
Já o Facebook fechou um de seus escritórios em Seattle após a confirmação de que um subcontratado testou positivo para o novo coronavírus e está solicitando a seus 5.000 empregados no estado, que trabalhem de casa até 31 de março.
 
A Microsoft autorizou seus empregados dos escritórios de Seattle e San Francisco a trabalharem de casa até 25 de março.
 
O CEO do Twitter, Jack Dorsey, comunicou que “encoraja fortemente” a todos os empregados da empresa que tenham esta possibilidade, de trabalharem de casa – e isto também se aplica à empresa Square, do mesmo grupo, também comandada por ele.
 
Os distritos escolares dos Estados Unidos já estão elaborando um plano emergencial de ensino onde seus alunos assistirão às aulas de casa, pela internet, ao menos até o final de março ou segunda ordem.
 
É iminente a ordem de fechamento das escolas devido ao avanço da contaminação.
 
Em uma reunião do Comitê de Empreendedorismo Feminino do IMC-USA (Institute of Management Consultants – USA) a qual participei na tarde de ontem como convidado, a questão em debate era: Como farão as pessoas que ocupam posições onde o trabalho remoto é inviável por não ser essencialmente intelectual, como por exemplo, equipe de limpeza, atendimento a estabelecimentos de alimentação e outros, que recebem por hora trabalhada e terão que ficar em casa?
 
A questão preocupa principalmente aos empregados do sexo feminino que, por uma ou outra razão, educam seus filhos sem um parceiro, como por exemplo as mulheres divorciadas ou viúvas e que possuem a guarda dos filhos.
 
Os filhos necessitarão permanecer em casa, e neste caso a lei obriga que um adulto esteja presente. Nos EUA, uma criança menor de 16 anos não pode ficar em casa sem a supervisão de um adulto, o que faria com que fosse recolhida pela assistência social, e os pais processados pelo Estado.
 
Este fato obriga que as mulheres de baixa renda em serviços como limpeza, onde é impraticável o trabalho remoto, permaneçam em casa com seus filhos devido ao fechamento das escolas. Por receberem por hora trabalhada, ficarão sem remuneração.
Este problema também vem sido abordado na Europa.
 
Nos países onde o governo possui papel de maior assistencialismo, o povo já entende que as pessoas deverão receber uma bolsa-auxílio para permanecerem em casa. Outros, defendem que as empresas devem arcar com os custos e salários. Porém, os empresários defendem que, com redução drástica de faturamento e sem a prestação de serviços por não terem empregados disponíveis, é inviável assumirem estes custos.
 
Até o momento, não há uma solução conhecida.
 
Qual sua opinião?

 

ANDRÉ VACCARO
Consultor em Gestão de Negócios e Diretor do Núcleo Miami/FL_EUA da ABCO
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